Obsessão pelo corpo perfeito
Todo mundo já se pegou algum dia à frente do espelho reclamando do nariz
que é muito grande, do cabelo que é crespo ou liso demais, da altura que
poderia ser um bocadinho a mais ou a menos, da barriga que insiste em não
diminuir. Estar insatisfeito com a própria imagem é normal até que ultrapasse o
limite do aceitável e passe a ser uma preocupação obsessiva com formas
perfeitas e insatisfação permanente com o próprio corpo, ocupando os
pensamentos e comportamentos da pessoa na maior parte do dia.
Estes são sintomas de uma doença que só recentemente (1987) começou a
ser estudada a fundo pela Associação Psiquiátrica Americana, que lhe deu um
nome um tanto complicado: desordem dismórfica do corpo, ou DDC.
Pequenas imperfeições como culotes, manchinhas na pele ou músculos pouco
proeminentes, que outras pessoas convivem sem muitas dificuldades, para aquelas
que sofrem desse distúrbio viram fonte da mais profunda angustia e vergonha.
Elas são incapazes de se aceitar dessa maneira, pois acreditam serem portadoras
de enormes defeitos que as diferenciam e as impedem de ser iguais aos
outros. Sentem como se todo mundo reparasse nos seus defeitos, pois
acreditam que eles chamam demais a atenção. Na verdade, só elas não percebem
que tudo é fruto da própria fantasia.
Como resultado, tornam-se escravos de exercícios físicos, de dietas ou
cirurgias plásticas e procuram esconder e disfarçar a todo custo determinadas
partes do corpo, com roupas largas, mangas compridas, algumas jamais usam um
vestido ou shorts, pois não aceitam uma imagem que seja diferente da perfeição
de uma Barbie ou de um Ken (o namorado da Barbie).
Num estágio mais avançado, o paciente corre o risco de desenvolver depressão, fobia social (não sai mais de casa) e transtornos alimentares (anorexia – não come ou bulimia – come, mas depois tenta se livrar das calorias ingeridas, provocando o vômito ou malhando em exagero), além, de apresentar comportamentos compulsivos (controla exageradamente as calorias que ingere, tenta ultrapassar os limites do corpo nos exercícios, não sai de casa sem antes checar cada milímetro de sua aparência, passa horas à frente do espelho, mas está sempre inseguro com respeito a sua imagem).
Num estágio mais avançado, o paciente corre o risco de desenvolver depressão, fobia social (não sai mais de casa) e transtornos alimentares (anorexia – não come ou bulimia – come, mas depois tenta se livrar das calorias ingeridas, provocando o vômito ou malhando em exagero), além, de apresentar comportamentos compulsivos (controla exageradamente as calorias que ingere, tenta ultrapassar os limites do corpo nos exercícios, não sai de casa sem antes checar cada milímetro de sua aparência, passa horas à frente do espelho, mas está sempre inseguro com respeito a sua imagem).
Apesar de só ter sido recentemente nomeada, desde o século XIX casos
semelhantes foram registrados, mas naquela época, recebiam o nome de “feiúra
imaginária”.
Esta doença se desenvolve durante a adolescência, mas devido à dificuldade de identificá-la como tal, a maioria dos pacientes só procura ajuda quando já está com 40 ou 50 anos. Portanto, precisamos ficar de olhos bem abertos com relação aos nossos filhos adolescentes e discernir quando a insatisfação com a própria imagem descamba para o patológico.
Esta doença se desenvolve durante a adolescência, mas devido à dificuldade de identificá-la como tal, a maioria dos pacientes só procura ajuda quando já está com 40 ou 50 anos. Portanto, precisamos ficar de olhos bem abertos com relação aos nossos filhos adolescentes e discernir quando a insatisfação com a própria imagem descamba para o patológico.
Importante é perceber que a DDC não pode ser caracterizada, apenas
porque pessoas se preocupam com o peso e a musculatura. Ser vaidoso e zeloso da
própria aparência, não é pecado. Faz-se necessário que elas tenham
simultaneamente vários comportamentos já citados e que se perceba que elas
sofrem muito por causa da imagem, deixando de viver normalmente em prol de um
perfeccionismo que nunca vai ser alcançado, pois é irracional.
A causa deste distúrbio pode ter origem múltipla, como modificações da química do cérebro, fatores psicológicos e sócio-culturias.
A causa deste distúrbio pode ter origem múltipla, como modificações da química do cérebro, fatores psicológicos e sócio-culturias.
É verdade que a sociedade de hoje oprime homens e mulheres quando propõe
como sinônimo de beleza, medidas corporais irreais que estão fora do alcance da
maioria da população. Este modelo contamina até crianças, que imitando o
comportamento dos pais se preocupam com coisas que não deveriam fazer parte do
universo infantil. Mas, desorienta principalmente os adolescentes que por
estarem em fase de transformação tanto física quanto psíquica, sofrem demais na
busca da imagem ideal. Acreditam eles que só assim serão aceitos socialmente e fantasiam,
principalmente as meninas, poderem se transformar em top models famosas, que
além de bonitas são também profissionais muito bem sucedidas economicamente.
Esta é a grande ilusão que algumas jovens mesmo sem os atributos físicos
adequados perseguem sem cessar.
São mais predispostos a esta doença, indivíduos que traduzem sua baixa
auto-estima em perfeccionismo. Pessoas perfeccionistas acreditam que só sendo
perfeitos serão dignas de ser amadas. Passam a seguir um modelo cuja
referência não está dentro delas e sim fora, na moda, nas outras pessoas, pois
são os outros que irão dizer a elas se estão à altura da perfeição que
perseguem. Nunca se permitindo ser elas mesmas, mas sempre uma cópia do que
elegem como certo. Desta maneira, passam a vida se esforçando e ao mesmo tempo
se recriminando pela incapacidade de estar à altura de suas aspirações. Ao
fazer isso, lutam por alguma coisa que está acima delas, em vez de procurarem
saber o que realmente existe dentro do próprio ser.
Para o tratamento, recomenda-se psicoterapia onde o paciente será
convidado a fazer uma jornada para dentro de si mesmo. Então, à medida que vai
conhecendo como ele realmente é, e descobrindo como ser verdadeiro com ele
mesmo, paulatinamente vai percebendo que pode deixar de lado toda e qualquer
idéia predeterminada que ele tinha e que o mantinha cativo. Isso significa
responder algumas perguntas como: O que eu realmente quero fazer? O que meu
coração ama? O que eu quero aprender? Para onde eu quero ir? Assim
procedendo vai reaprendendo a fazer escolhas honestas que têm a ver com o que
ele realmente deseja, usando mais frases tais como: “Eu quero o vermelho e não
o branco, quero este tipo de roupa e não aquela...
Irá aprendendo que aceitar os próprios defeitos é o primeiro passo para começar a se amar e aceitar e amar aos outros. Aprenderá que os defeitos, assim como as qualidades fazem a singularidade de cada um e que quanto mais natural e espontâneo ele for, mais perto da perfeição estará, pois perfeição é tudo que é completo e íntegro.
Além do que, já pensou que tédio se fôssemos todos iguais???
Irá aprendendo que aceitar os próprios defeitos é o primeiro passo para começar a se amar e aceitar e amar aos outros. Aprenderá que os defeitos, assim como as qualidades fazem a singularidade de cada um e que quanto mais natural e espontâneo ele for, mais perto da perfeição estará, pois perfeição é tudo que é completo e íntegro.
Além do que, já pensou que tédio se fôssemos todos iguais???
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